Minha vida profissional começou sem planejamento meu nenhum. Foi ainda quando era "menor de idade" e nem sabia o que ia fazer da vida. Mas com toda certeza, me fez crescer em cada degrau.
Eu comecei a receber meu dinheiro há um bocado de tempo atrás, quando cursava o ensino médio, me inscrevi no IEL, e fui um tipo de jovem aprendiz na SEMED.
Quando meu contrato acabou, estava me formando em italiano, e já quase no fim do curso de inglês, e então me chamaram para ser professora de línguas. Não tinha experiência nenhuma, bem criança inocente, mas quando essa oportunidade restou estampada na minha cara, não consegui dizer não, só aceitei o convite.
Fiquei dando aula por anos, terminei o ensino médio, comecei a faculdade e segui. Nunca me vi sendo professora, trabalhando tão jovem, chamando atenção de adultos...
Quando em 2014, tive que fazer uma cirurgia no joelho e fiquei uns 3 a 4 meses sem poder dar aula. Eu nem acreditava quando me pegava sentindo saudades dos meus alunos, de trabalhar, de me irritar por ter que corrigir tarefas..
Mas como não podiam ficar me esperando, fui substituída, porque a vida é assim, ninguém é insubstituível, em nenhum aspecto (se puder aprender isso agora, aprenda, porque doi menos depois), ou você se faz insubstituível, mas isso é uma lição pra outro post, até porque nessa época eu ainda não tinha aprendido isso.
Então perdi não só minhas turmas de inglês, como também de italiano, meu xodó.
Para minha surpresa, quando já estava prestes a poder voltar a trabalhar, desanimada e sem saber o que ia me esperar, no mesmo mês fui chamada para o estágio em Direito (enquanto eu ainda cursava), sendo a deixa para eu largar meu emprego de professora e ver o novo que me esperava.
Passei dois anos no Tribunal de Justiça, foi quando parei de ver meu trabalho e observar o ambiente.
Conheci pessoas que só fazia o básico, por fazer, pessoas que se orgulhavam do seu trabalho, outras insatisfeitas com tudo, algumas que independente do dia ou do que fazia escolhiam ser a alegria em pessoa e outras que simplesmente não sabiam o que estavam fazendo e "deixavam a vida levá-las".
Além disso, senti a facilidade de trabalhar como servidor público, ter inúmeros feriados, trabalhar apenas meio período, ganhar um valor consideravelmente bom pra estágio e pra época, e o melhor de tudo, o que eu nunca gostei de fazer, não precisava levar trabalho para casa.
Com tantas pessoas que pude conviver e tirar um pedacinho de cada, com tantas experiências ainda tão jovem, podem não até não influenciar na função que ocupo atualmente, mas com certeza influenciaram na pessoa melhor que me tornei hoje. Tenho meus altos e baixos, mas até nisso, olhar pra trás e ver tudo o que aprendi ainda no período de "educação" me fazem me sentir um ser melhorado a cada dia. Dar valor ao meu trabalho e minhas habilidades. E sentir prazer na minha retrospectiva como uma trabalhadora.
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